‘’Não existe melhor
espelho do que um velho amigo’’ essa é a maior verdade de todos os tempos. A algumas
horas atrás eu acreditada estar ‘’bem’’, e vamos colocar mil aspas nesse bem
por que eu sabia que tudo estava errado comigo, mas não acreditava estar um
caco até que elas me viram. A reação foi um pouco exagerada, mas o grito que
uma das minhas amigas deu ao me ver trouxe-me de volta a realidade.
Elas começam a me examinar e perguntam como foi
que eu fiquei nessa situação. O cabelo precisando pintar, sem hidratar, cheio
de ponta dupla; meu corpo nunca teve tanto pelo na vida, quanto tempo tem que
eu não me depilo? Um mês, dois talvez; ainda sou obrigada a escutar elas
reclamarem o fato de eu estar com um pote de sorvete na mão e uns 5 quilos mais
gorda. Aquelas garotas olham para minha mãe e dizem que não acreditavam que eu
estava tão deprimente. Quando vamos ao meu quarto eu choro em meio tantos
abraços.
Finalmente meu intimo
me diz o porquê eu estava daquela maneira, era uma falta de amor. Sou daquelas
que vive constantemente apaixonada, e quando meu coração está vazio perco o
sentido de viver. Conto isso aos prantos para as meninas, ouço uma dizer que
apenas eu não sabia disso.
Mãos começam a agir sob
meus cabelos, minhas unhas e meu rosto. Minha juba foi tonalizado mais uma vez
com o castanho natural, deixando para trás o vermelho que berrava nas pontas duplas
das minhas madeixas. ‘’Garras’’ postiças foram colocadas nas extremidades da
falange dos meus dedos e pintadas de rosa claro. Maquilaram-me como a muito não
era feito. Não precisava me olhar no espelho, os olhos das minhas amigas mostravam
que eu estava linda e que tinha voltado ao meu eu natural.
Saímos para tomar um
drink, como sempre, pedi uma tequila, algo muito forte para uma garota como eu,
só que, como de costume, apenas brinquei de passar a língua na borda do copo
cheia de sal. Senti olhares sob mim, as meninas riam ao comentar que tinha um grupo
de garotos que olhavam para nós. Não demorou muito para que eles deixassem a
mesa e se deslocassem até o bar. Iniciou uma conversa agradável.
Dentre todos aqueles
produtores de testosterona, minha atenção se focou naquele que estava mais
calado, aparentemente tímido e nem de longe tão belo como os outros. Eis o
garoto pelo qual eu me apaixonaria. A noite terminou, trocamos o numero dos
nossos celulares. Poucos minutos após deixado a companhia um do outro ele me
ligou e disse o quão tinha sido bom me conhecer, marcamos de nos encontrar no
dia seguinte.
As minhas amigas
dormiram na minha casa, nem bem elas tinham acordado e eu já estava arrumada
para o encontro. Recebo um elogio pelo meu sorriso, e ouço o comentário de que alguém,
no caso eu, estava apaixonada novamente. Saio de casa sem olhar o meu reflexo,
pois como diz um ditado: ‘’Não existe melhor espelho que velhas amigas’’.
eu não confiaria nas minhas amigas não. Daria uma bela olhada no espelho antes de sair de casa.
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