Apaixonada, essa era palavra
que descrevia. Nunca fui do tipo de
garota que andava como uma tola apaixonada, mas dessa vez era diferente, eu
estava assim e não tinha vergonha nenhuma de assumir a minha situação.
Abri meu facebook pra postar
uma frase altamente melosa. Na mesma hora apareceu uma notificação dizendo que
Teresa tinha curtido meu status, foi aí que olhei na minha lista de amigos e vi
que minha melhor amiga estava online.
Lucia: Amigaaaaa, como vai
vc?
Teresa: Tô ótima! Luci, sabe
o que eu reparei? Eu, que sou sua melhor amiga, não conheço o seu namorado
Lucia: É verdade.... e nem
eu conheço o seu.
Teresa: Isso só pode ser o
Fim do mundo
Lucia: deixe de drama....
Esse encontro só não aconteceu por que estamos muito ocupadas com a faculdade,
mas vamos resolver isso hoje! Vou pra
Camaçari assim que acabar a aula aqui na faculdade, você leva seu namorado e eu
falo com Carlos. Ok?
Teresa: tudo bem. Então a
gente se encontra naquele restaurante que fica perto da rodoviária?
Lucia: Isso mesmo!
Teresa: Amiga, agora eu
tenho que ir. Bjos
Lucia: até mais tarde
Assim acabou a nossa
conversa. Desconectei da minha rede social e liguei pra Carlos, seu telefone
deu ocupado. Resolvi que falaria com ele na faculdade.
Quando entrei na sala vi meu
amigos, sentei junto para participar da resenha. Não demorou muito vi meu amado adentrar na
minha sala. Vê-lo era como estar num
desenho animado, sabe quando saem coraçõesinhos dos olhos e a outra pessoa
brilha como o sol? Era exatamente assim que
as coisas aconteciam comigo.
Deixei meu amigos e fui
ficar com ele. Comentei com ele que queria que ele fosse conhecer a minha
melhor amiga e o namorado dela, mas ele disse que não podia pois tinha muita
coisa pra fazer no estagio. Argumentei que o restaurante era em Camaçari, perto
do lugar onde ele iria estagiar, mas Carlos continuou dizendo que não poderia
ir. Minha única alternativa foi aceitar.
Assim que acabou a aula
peguei o ônibus lotado, ao descer na rodoviária de Camaçari avistei
Teresa. Caminhamos em direção ao restaurante,
ela me contou que Jorge iria se atrasar
um pouco e ficou um pouco triste quando eu disse que Carlos não iria.
-Lucia, eu acho que o seu
namorado é imaginário- ela comentou entre risos, enquanto esperávamos o drink
- Oxe Teresinha, por que
você acha isso?- questionei rindo antecipadamente do que ela iria dizer.
- Você não tem nenhuma foto
com ele, ele não tem facebook e nenhuma outra rede social, e eu não conheço o
seu namorado.
- Teresinha, se manca, você
acabou de descrever o seu namorado também! – Ela ria tanto quanto eu.
- Mas o meu você vai
conhecer hoje. Cheque Mate! - Continuamos rindo, até eu sentir a necessidade
de contar o quão seu estava feliz e apaixonada.
-Eu estou tão apaixonada,
bem mais do que eu era aos meus 15 anos pelo Thom- Péssimo exemplo, ou ótimo,
não sei.
-Você era louca por aquele
garoto, mas sabe eu também estou
perdidamente apaixonada. Acho que dessa vez eu encontrei o meu boy magia, ele é
meu amor, e o meu amor tem um jeito manso que é só seu- vi a minha amiga rir pelo nariz- e que me
deixa louca, quando me beija a boca minha pele toda fica arrepiada, e me beija
com calma e fundo até minha alma se sentir beijada.
-Amiga, não é só você que
tem o privilegio de se sentir assim, por que o meu amor também amor tem um jeito manso que é só seu, que
rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos com tantos segredos lindos
e indecentes... Depois brinca comigo, ri do meu umbigo e me crava
os dentes – Vi Teresa rir constrangida. Ela sempre foi mais certinha, e
eu a depravada.- Não me olhe com essa cara Teresa, eu sou a menina dele e ele é
o meu rapaz... sabe, meu corpo é testemunha do bem que e me faz. E para de me
olhar com essa cara, até parece que Jorge não te deixa assim?
-Não vou mentir para você, ele tem um jeito que me deixa maluca, quando
me roça a nuca e quase me machuca com a barba mal feita... e de
pousar as coxas entre as minhas coxas quando ele se deita.
-Pode morrer, por que o seu é bom, mas o meu é melhor por que ele tem um
jeito de me fazer rodeios, de me beijar os seios...Me beijar o ventre e
me deixar em brasa ele desfruta do meu corpo como se o meu corpo
fosse a sua casa.
A conversa fluía de maneira que eu nem conseguia reconhecer minha melhor
amiga. Ela estava mais leve, mais solta, mais feliz. Esse tal de Jorge realmente
estava fazendo bem a ela.
O sorriso de Teresa aumentou consideravelmente. – Ele chegou!- ela
comentou
Levantamos, antes de me virar ele a tomou num beijo. Quando finalmente
viraram e eu pude ver se rosto meu mundo simplesmente desabou. No rosto dele
ficou estampado uma expressão de desespero.
-Esse aqui é Jorge, meu namorado, e essa aqui é Lucia, minha melhor
amiga- Tereza disse com um sorriso radiante
-Eu sei quem ele é!- Afirmei amarga, lagrimas fugiam dos meus olhos
- Lucia, não!- Ele pediu
-Voces se conhecem da onde?- Minha melhor amiga pediu, já demonstrando
nervosismo.
-Ele, o seu querido Jorge, é o meu namorado Carlos- Eu gritava, e Teresa
caiu no choro.- Como pudemos ser tão bestas? Claro, Carlos Jorge fez tudo muito
bem feito.
- Eu posso explicar... – ele, mais uma vez, pediu
- Seu desgraçado- Teresa foi para cima dele desferindo golpes, que de
nada adiantaram. Ele a agarrou pelos pulsos- Me solta!
-Vai embora, Carlos Jorge. Vá agora! – Exarcebada, gritei.
Ele a soltou. Não tentou dizer mais nada, pois não tinha nada a ser
dito. Abracei Teresa e ela me retribuiu. Choramos juntas enquanto todos ao
nosso redor nos observavam
- Por que ele fez isso?- me perguntei inconsolável.
-Não sei, eu estou destruída.
-Mas a gente vai encontrar alguém certo.
-Eu fui a sua menina, ele foi o meu rapaz...- Teresinha disse
inconformada.
-Meu corpo foi testemunha do bem que ele me fez.