terça-feira, 30 de abril de 2013

Essa Pequena

Imagem censurada! 
Isso aqui não é um site porno, mas a tatuagem dela é tão a cara da Juliana que eu tive que postar!

Quantos anos eu levei pra consolidar minha carreira como advogada? Já não lembro, perdi a noção do tempo, na verdade eu não tenho tempo para mais nada, meu tempo é curto alem do fato de viver sob constante estresse, estresse esse que fez com que os fios branco aparecessem precocemente  dano ao meu cabelo uma tonalidade cinza, cinza esse que faz com que eu aparente ser mais velha do que realmente sou. Quando chego em casa vejo Julianna jogada no sofá, ouvindo seu CD Player, curtindo o seu tempo que sobra. Ela não repara a minha presença, encosto-me na porta e fico a admirar sua beleza de 19 anos e como não me encantar? Cabelo laranja e volumoso, pele alva, tatuagem em forma de arco-iris em baixo do seio direito, simplesmente linda. Impossível não se apaixonar todos os dias.

-Bom dia Doutora Yolanda! - Disse com aquela maneira languida que me deixava louca.- Não tinha te visto aí.
-Estava te admirando, simplesmente gosto de te olhar - Julianna caminhou até mim. Como ela ficava linda  andando pela casa vestindo apenas uma calcinha calesson. Ela caminhou até onde eu estava e eu puxei-a pela cintura e lhe dei um beijo.

Em meio a caricias, afagos e suspiros conseguimos chegar até o quarto. O corpo pequeno e delicado de Julianna entrava em atrito com o meu de maneira selvagem. Tenho que assumir, aquela adolescente me satisfazia como ninguém. Enquanto estava sendo levada pela língua dela ao ápice o celular tocou, mas isso não impediu que continuassemos, mas o toque impertinente do celular, infelizmente, é insistente.

-Julianna, atende o seu telefone, com ele tocando eu não consigo me concentrar ''nisso'' - Reclamei, ela prontamente atendeu o celular.

'' Alô! ... Oi Paulo....'' Pude ouvir o inicio da conversa, mas ela saiu do quarto, indo em direção a sala, provavelmente consultar algum papel da faculdade.

-Lana, vou ter que sair!- Me comunicou quando retornou ao quarto, deixando-me um pouco frustrada. - Quer ir comigo?

- Não posso Julianna, tenho que ir para uma audiência daqui a pouco.

-Ôh Lana... - Apesar de adorar o apelido que tinha me colocado eu a olhei com reprovação- Ok, tudo bem Doutora Yolanda.

Sentei na cama e a vi  vestir um short curto de cor verde, uma bata branca, sapatilhas pretas, e para completar o look  o seu fone colorido. De maneira rápida ela saiu. Tenho medo de que nossa historia não dure muito, que eu seja apenas uma estação pela qual o trem da vida dela irá passar; tudo isso me assombra por que eu sou tão feliz com ela.

Quando retornei do escritório Juliana ainda não tinha chegado, me preparei para dormir; não vi quando ela chegou em casa, mas quando eu acordei a encontrei deitada ao meu lado. Fiquei com pena de acorda-la, entretanto o fiz. Como de costume, ela não tinha feito as comprar, então a chamei para tomar café na Padaria da esquina.

-Quero saber quando vou fazer alguma refeição em casa!? - reclamei

-Ah Lana... largue de ser mesquinha e é tão mais pratico comemos aqui todos os dias, e você canguinha desse jeito, que não gosta de pagar nem o cafezinho na padaria da esquina vai se dispor quando para ir comigo para a Florida? - Ouvi ela argumentar enquanto bebericava o seu café com leite.

 _ Já lhe disse que meu problema é o tempo. Não tem como eu pedir ferias no escritório agora. - Percebi quando ela soltou um muxoxo em desaprovo.

Mudamos o rumo da conversa, quis conversar sobre  coisas do cotidiano, mas, no fundo, era quase um monologo:

- Lana, ele tentou me trolar, mas tipo: quem ele pensa que é? Eu sou uma diva, eu sensualizo,  e ele não passa de um flácido frustrado....

Não entendia muita coisa do que ela falava, mas fiquei a contempla-la. Como aquela beleza me trazia leveza. Mas em algum momento eu teria que sair dali,por isso contava os segundo para o momento em que  teria que voltar ao trabalho.  Enquanto deixava ela na porta da faculdade de cinema a aconselhava a aproveitar tantas horas livres que ela tinha para fazer um curso de edição de filmagem nível profissional. Tinha que cuidar do futuro dela.

Quando chegou a noite, eu estava cansada como de costume, mas ela emanava energia juvenil.

- Lana, vamos sair pra dançar? A galera toda da faculdade vai - Não sei como consegui resistir ao pedido tão manhoso dela.

A vi passando um batom vermelho, como estava linda.

- Fique a vontade, vá tomar um tempo! - Disse com os meus olhos grudados no livro de Direito Constitucional Internacional.

-Lana meu amor, volto pra casa com o Paulo....

-Logo o Paulo?- Questionei

-Doutora Yolanda, deixe de ciumes. Paulo é só um amigo que um dia foi meu ex... ''Não precisa ficar com ciumes'' - As ultimas palavras ela sussurrou, marota, ao meu ouvido fazendo arrepiar.

- Ok! Se divirta então.- Desejei, mesmo mordida de ciumes, e ela saiu logo em seguida.

Sinto que vou penar com a Minha Pequena, mas tudo isso já valeu a pena.

Inspirado na Musica ''Essa Pequena''  do Chico Buarque de Yolanda.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Um ombro em que pudesse confiar


Iago acabará de sair da minha casa, havíamos brigado, não demonstrei fraqueza na sua frente, não daria esse gostinho a ele, mas precisava de algum ombro para desabar, foi então que reparei que o visor do meu celular estava piscando. Mais uma vez era Caio, com suas insistentes mensagens, fazia um bom tempo que eu não me dava o trabalho de lhe responder, não falava com ele desde o dia em que pus um ponto final no nosso relacionamento extremamente complicado, eu sabia que todos os dias ele me seguia, mas eu precisava tanto de alguém para desabafas, e apesar de nossa briga e de odiá-lo, sentia que poderia confiar. Peguei meu Iphone e respondi: ''Caio, venha até a minha casa'', não houve resposta, entretanto 5 minutos depois ouvi a buzina de seu carro.

Trajava roupas de dormir, uma camisola branca com pantufas rosas ( Vergonhoso, eu sei, mas sim, eu uso pantufas de pelúcia rosa), entrei no carro vermelho, Caio começou a dirigir, não dissemos uma unica palavra, até que ele estacionou em algum lugar qualquer. 

- O que houve pra você ceder e me chamar?- Aquele par de olhos escuros me encaravam.

- Precisava de um ombro em que pudesse confiar- Isso era apenas o que eu conseguia dizer.

- Não tem medo que eu te ataque, Dandara? Afinal foi uma agressão que eu te fiz que fez com que você não 
olhasse mais na minha cara. - era perceptível o desdem na voz dele.

- Não, não tenho medo. Não tem ninguém aqui que possa lhe fazer ciumes e nem lhe dar motivos para usar violência contra mim.

Abracei-o  e contei toda a briga, seus olhos sorriam com a esperança de que eu deixasse Iago, eu sabia disso. Por fim contei o quão estava magoada com a atitude que havia levado ao meu desentendimento com Iago, foi então que ele disse, mudando de assunto:

-Por que vc resolveu cantar a nossa musica pra ele?

-Como você sabe disse?- Questionei

-Sua senha do Facebook é patética  logo diariamente como se fosse você para saber como anda a sua vida- Era tão displicente a sua forma de falar que por um momento esqueci da obsessão que ele nutria por mim.

-Qual seria então uma senha boa o suficiente para você não descobrir? - Perguntei 

- ''euamocaionanine'', pode ter certeza, essa eu nunca descobriria - Rimos alguns instantes, e reinou o silencio sobre nós dois.

Era possível ouvir apenas o ruido da chuva batendo no carro, tal como os automóveis que passavam por nós. Pus-me a refletir sobre  que  Caio inicialmente me perguntará, ele estava certo, aquela era realmente a nossa musica. A mão dele pausava sobre a marcha do carro, apenas por mania de deixa-la repousada ali quando  entrava no carro; coloquei a minha mão sobre a dele e num sussurro disse:

-É... realmente você tem razão, é a nossa musica- Caio não se deu o trabalho de me olhar , então eu cantarolei chamando a sua atenção- Quando a gente conversa,  contando casos, besteiras. Tanta coisa em comum, deixando escapar segredos. Mas eu não sei em que hora dizer, me dá um medo..... - Parei  e fixei os meus olhos sobre ele.

 -Mas eu preciso dizer que te amo. Te ganhar ou perder sem enganos... Eu preciso dizer que te amo, tanto- Ele me abraçou, eu coloquei a minha cabeça na curva do seu pescoço, e senti o calor do seu corpo.

-Até o tempo passa arrastado, só pra eu ficar do seu lado- Minha voz saia tremula, não conseguia entender o por que estava dizendo aquelas coisas e dando esperança a ele.

- Você me chora dores de outro amor, se abre e acaba comigo- Ele se afastou  suficiente para que pudesse encarar os meus olhos, que sem eu entender o por que estavam marejados.- Nessa novela eu não quer ser teu amigo... É que eu.. - Nesse momento eu o interrompi e disse com tanta convicção que nem parecia ser eu.

-É que eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder sem enganos. Eu só preciso dizer que te amo, tanto.- Não cantarolamos o resto da musica, pois eu , naquele momento, disse algum que nunca tinha dito em tantos anos em que passamos juntos.

-Volta para mim. - Seus olhos suplicavam

- Eu te amo, mas não da maneira que você quer. Também sou incapaz de perdoar o que você me fez.  Caio você é alguém que eu confio, e não importa quantos relacionamentos eu tenha, em nenhum eu vou confiar como eu confio em você.

- E isso que te faz entrar no carro de alguém que te segue desde que terminou o relacionamento... - Ele falou com desdem, eu não respondi. - Por que não demos certo? - Caio me pediu tristonho.

- Como poderia dar certo algo que começou errado?

 Ficamos determinado tempo em silencio, abraçados, lagrimas quentes corriam pelo meu rosto; sentia tanta falta de ter Caio por perto, que só a lembrança de não poder voltar para os braços dele no próximo problema me doía.

- Me leva de volta pra casa- pedi, e assim ele fez. 

Ao chegar na minha porta ele me encarou e perguntou se eu pelo menos tinha perdoado-o e se voltamos a ser amigos.

-Não.- Disse seca- Ainda te odeio. Te amo, mas ainda te odeio.

-Te amo tanto que nem sei, Dandara.

Ele sorriu ao dizer meu nome, ligou o carro e partiu.

Na manhã seguinte eu acordei  cansada.  Arrumei-me  de qualquer maneira e sai para a faculdade.  Quando abri o portão  chovia forte, abri meu guarda chuva e fui para a rua. Quando olhei para os lados vi o carro vermelho de Caio parado na esquia. Fiz sinal para ele, e no instante seguinte ele chegou até mim.

- Me dá uma carona?- Perguntei sorrindo marota.

-Fizemos as pazes?- Questionou esperançoso.

- Como lhe disse nessa madrugada: Não, mas já que você está na minha esquina as 5:20 da manha só pra me ver e vive a me seguir não custa nada a me dar uma carona, não?

Caio riu, destravou a porta do carro para que eu entrasse. Estava feliz por ele está ali por mim, mesmo que seja me seguindo como um maniaco apaixonado. No fim das contas, por mais que ele doentemente obcecado por mim, eu sabia que com ele eu poderia contar nos momentos mais difíceis.