quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O devido valor do banheiro.


Toda vez que chego em casa sigo o mesmo ritual, pego uma muda de roupa e me tranco no banheiro. O que isso tem de anormal, incomum ou especial? Nada, só o fato de me transformar num “EU” sem pudores quando estou entre aquelas quatro paredes.
Analiso como o banheiro é o meu lugar favorito da casa. É sei que é pra lá que a maioria das pessoas vão quando querem pensar, relaxar, filosofar, ficar se olhando peladão na frente do espelho, se masturbar (qual é meninas? Se até o Papa João Paulo II liberou, então qual é o pudor?) e até mesmo chorar. Eu sei que não sou a única.
Banheiro é o lugar divino, quantas vezes eu não me livrei de uma situação embaraçosa com apenas um “Dá licença preciso ir ao toalete”. 
Desde pequenos somos influenciados a não dar o devido valor ao banheiro que ele merece, unicamente pelo fato de ser o lugar onde fazemos as nossas necessidades básicas, mas na minha singela opinião, não afeta em nada o quão importante ele é para mim e para toda sociedade.
Acho engraçado os banheiros públicos. Na maioria das vezes eles são sujos e escuros, só que são neles onde várias pessoas se libertam dos pudores e anunciam os seus desejos mais íntimos nas paredes como se fossem classificados do jornal A TARDE. Facilmente encontro coisas do tipo: “Estou aqui das 20h as 22h, bata duas vezes e te levarei ao céu” ou “Te dou a melhor chupada da vida (9612-1XXX)”. Juro que já pensei em ligar várias vezes para saber se é verdade ou só sacanagem.
Qual o motivo das mulheres nunca irem sozinhas ao banheiro? Medo do tarado do banheiro que não é. O nome disso é formação de quadrilha, elas vão para lá liberar o veneno, falar mal de alguém ou alguma coisa e conversar sobre coisas que homem nenhum pode sonhar em ouvir. Isso é um fato e contra fato não há argumentos.
Lugar maravilhoso o banheiro, simplesmente o meu favorito, meu refúgio. Local onde consigo me livrar de pudores e liberto o meu eu. Paro e penso: Se a sociedade  fosse fora do banheiro o que ela é quando está dentro, eu viveria em um mundo bem diferente.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Desabafo dos 17 anos


Sempre a vontade dela que prevalece, e eu que tenho que ceder. Como se eu também não fosse filha de vocês, como se eu não tivesse vontade/sentimentos/não me importasse. Estou cansa de ser anula dia após dia.
Por isso que me tranco no quarto e choro. Por isso que eu saio da minha dieta e me entupo de chocolate, sorvete, e todas as coisas gostosas que tem na geladeira. Por isso que eu bato a porta do meu quarto e ignoro quando vocês me chamam. Por isso que eu finjo que a ligação está ruim quando vocês me ligam. Por isso que eu coloco a musica (aquela que eu cantei a semana inteira) no volume Maximo do som, e escuto-a chorando baixinho. Por isso que eu pego a cerveja e jogo na piscina. Por isso que jogo todo o conteúdo do saleiro no que seria o almoço. Por isso que eu deixo os cachorros entrarem em casa e subir na sua cama. Por isso que eu me revolto. Por isso que eu os encaro com cara feia. 
Pow, cansei. Como vocês me ensinaram, quem não vai pelo amor, vai pela dor. E se vocês não notarem que eu estou aqui por bem eu vou ser obrigada a continuar a impor a minha presença da forma nada agradável que venho fazendo isso nos últimos 17 anos.
Pois bem, agora parei. Não adianta falar, vocês nunca escutam mesmo. Pelo menos me deixe terminar com esse bolo de chocolate em paz.