segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Está tudo errado



Me encarava no espelho sem saber o porque havia aceitado aquele convite. A alguns dias atrás tinha deixado claro que  não iria acontecer uma reconciliação. Apliquei um pouco mais de pó compacto para esconder a vermelhidão que ainda manchava meu rosto e fui até o PUB que costumávamos nos encontrar.
Ele não havia chegado, ainda faltavam 15 minutos para o horário que marcamos. Pedi uma tequila, precisava de álcool correndo nas minhas veias para encara-lo novamente. Não demorou muito ele chegou, com aquele sorriso galanteador, trazia um lírio laranja em uma das mãos; se aproximou da mesa e esperou que me levantasse para cumprimentá-lo, o que não fiz, obrigando-o a sentar a contragosto.
-Você já foi mais educada, Dandara.-  Caio reclamou, ainda assim me estendendo o lírio laranja.
- Estou me perguntando o porquê aceitei te encontrar. Não há mais nada entre nós.- dei um gole na minha tequila, fazendo careta.
-Desde quando você bebe?- Ele questionou, não respondi, apenas ri e voltei a minha atenção ao copo que estava quase vazio. Devido ao meu silencio, Caio suspirou e continuou – Estou sentindo a sua falta. Meu coração me diz que se eu ficar sem você não vou poder ser feliz.- O comentário dele me fez rir, sarcástica.
- Já o meu, fala o contrario.
-A culpa não foi minha, você que se meteu na frente de Isaac, aquele tapa não era para você.- Tinha lamento na voz dele, entretanto, eu não iria me deixar enganar por ele mais uma vez.
Não importava se ele teve ou não o intuito de me bater, mas  ele o fez, meu rosto ainda estava avermelhado. Se eu voltasse para ele estaria aceitando a agressão, e isso não iria ocorrer.
-Caio, entenda, Não é só por que você me bateu, é por tudo, nós não damos certo. Quantas vezes já brigamos? Quantas vezes nos deixamos? Nossos amigos nem levam mais a serio nossas separações, me dizem que não dão menos de uma semana para fazermos as pazes, mas eu não quero mais, já está cansativo pra mim. – Mantinha-me controlada, mas tinha vontade de gritar, de chorar, de fugir dali.
-Dandara, eu te amo... – Era assim que eu sempre acabava cedendo, quando ele dizia que me amava, só que dessa vez as coisas eram diferentes, não iria aceita-lo novamente em minha vida.
- Não Caio, você não me ama, eu também não te amo, agora consigo entender. É apenas desejo mutuo. Quando brigamos, você vem até mim, eu te odeio, seus braços me agarram, a gente se beija. Definitivamente isso não amor. O melhor é você me esquecer. Já começamos a nos agredir fisicamente, se continuarmos nesse ritmo vamos matar um ao outro. – Ele deu um tapa na mesa.
- Por que você insiste em falar daquele tapa como se eu tivesse lhe agredido? Foi só um tapa, um acidente, ninguém mandou você se por na frente daquele desgraçado. Agora  você se refere a isso como se eu fosse lhe espancar até a morte na próxima briga. – Caio gritava, as pessoas das mesas ao redor nos olhavam.
Na minha cabeça veio um flash back da cena.  ‘’Eu e Isaac dançávamos, Caio apareceu, ciumento, e nos separou, empurrou o meu amigo e em seguida lhe deu um soco que o fez cair no chão, do canto de sua boca  brotava um filete de sangue, cambaleando o vi tentar levantar, e quando conseguiu Caio se preparou para desferir um novo golpe, quando dei por mim já havia tomado a frente de Isaac e recebido a segunda pancada. Um tapa, que não me fez cair no chão, muito menos me tirado sangue’’
- Você fez por que quis! – Esbravejei, agora conseguia perceber o que estava omisso, o golpe não foi um acidente, se fosse realmente intencional eu deveria ter ficado inconsciente no instante seguinte –Você diminuiu a força do golpe quando eu tomei a frente!
-Da onde você tirou isso? –Caio abaixou o tom, sentou-se novamente.
-Nem se dá o trabalho de negar – Eu permanecia de pé – Como eu não percebi isso antes.
-Você merecia uma punição! Sempre abraçada com esse seu ‘’melhor amigo’’, cheia de risos e flertes, pensa que sou cego? Quando você se pôs na frente eu te bati sim, para me vingar de você. – Mais uma vez ele se levantou, se pondo grande sob a minha fragilidade, revelando sua verdadeira índole.
Apanhei minha bolsa, sem dizer nenhuma palavra caminhei em direção a porta. Senti-me agarrada por mãos fortes, Caio tentou mais uma vez o seu tão clichê método de reconciliação. A língua dele tentou invadir a minha boca, não dei passagem. Usei de toda a força no meu corpo para escapar do beijo. No momento que ele me soltou  desferi um estalido tapa na face de Caio.
-Nunca mais toque em mim. Eu não quero você e esse seu ciúme doentio. Que amor é esse que faz tanto mal? –Não esperei a resposta, caminhei sem olhar para trás.
Realmente, nunca pensei que acabaríamos assim, mas é isso que acontece quando desde o inicio se percebe que está tudo errado. Agora só me resta recomeçar, e procurar um novo amor que me faça bem e torcer para ser o certo. 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Homens não gostam de mulheres fortes



Homens não gostam de mulheres fortes. Quando eu falo forte digo da maneira física, mas sim  forte no sentido de não precisar dele para abrir um pote de conserva.  Afirmo isso com toda convicção, pois eu fui rejeitada por saber um pouco mais que trocar uma lâmpada.

Pode parecer piada,  mas o sexo masculino se sente ameaçado quando uma mulher consegue fazer coisas que são ditas ‘’ másculas’’.  Por isso que vou contar uma coisa que aconteceu comigo essa semana: Fui na casa de um amigo meu, pois ele disse que tinha um alguém para me apresentar, Me arrumei o mais  feminina e delicada o possível e fui até a casa de Tales.

Chegando lá fui apresentada a Jefferson, sentamos no sofá e começamos a conversar, Tales  colocou um DVD e sentou-se junto com  Milena (em suma, fui chamada para formar aquele bom e velho duque).  Só que quando as coisas não são para acontecer elas simplesmente não acontecem, e foi assim que  a tv apagou de repente.  Não sei o que deu em mim  quando eu me prontifiquei a consertar, mas eu fui lá olhei a tomada, pedi para Tales que pegasse a  caixa de ferramentas do pai dele e comecei a ver o que teria que fazer.

-Mas que porra! – Esbravejei.
-O que foi que teve? – Tales perguntou ao me ouvir xingar, coisa que nunca faço na frente de garotos que pretendo ficar.
- O Jumento do pedreiro só pode ter colocado uma emenda por dentro do eletroduto, vou ter que trocar o fio. – Eu estava certa, o pedreiro que fez aquela instalação cometeu esse grave erro.

Não demorou muito e tudo já estava concertado,  fui até o banheiro lavar o rosto e retornei a sala.  

Jefferson e eu voltamos a conversar,  o nosso papo fluía muito bem, até quando ele começou a perguntar como eu sabia consertar as instalações elétricas, foi quando eu revelei  que era eletrotécnica, e um pouco depois contei que fazia três modalidades diferentes de luta.

O filme já estava no fim quando resolvi tomar a iniciativa de um beijo, mas Jeff esquivou e se desculpou dizendo que não conseguiria me beijar, pois, segundo ele, desde que eu tinha consertado  o ponto de energia ele olhava para mim e via um homenzarrão dentro de um vestido floral.

Desabei no riso, era a única coisa que me restava.  Não posso  mudar o fato de que eu não dependo de um homem para trocar a lâmpada, ou que sei lutar muito melhor que ele, e que talvez, eu disse talvez, saiba muito mais sobre sexo que ele.  Não vou fingir ser frágil para manter o ego de um homem, vamos e convenhamos, fracos são eles que se intimidam por eu conseguir abrir o pote de azeitona sozinha.

Agora estou a procura de um homem forte o suficiente para não se deixar abalar quando descobrir que eu não sou tão frágil assim.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Homens medíocres e mulheres agredidas.



Homens, medíocres, filhos da puta, desalmados agressores de mulheres. Manifesto o meu ódio por raça tão repugnante. Controladores do lar, que bate nas esposas ameaçam as filhas mantendo todos do seu convívio reféns
.
Quando um patriarca da família usa a força contra a sua esposa na frente das crianças o exemplo que está sendo passado é que o papel da esposa é a submissão, que o homem tem que impor a sua autoridade através da agressão e opressão. As crianças vivem com a omissão, sendo obrigada a ver o declínio da família de camarote.

Repudio covarde que não honram as calças que vestem. Sinto nojo dessa sociedade que criam esses homem e que igualmente educam seus filhos.

Muitas mulheres se calam perante essa situação por que tem vergonha de assumir que passar por essa situação, ou são pobres demais para sair de casa, até mesmo por que o amor que sente pelo desgraçado faz com que elas deem mais uma chance.

Vejo mulheres fortes, não aceitando tais tipos de agressões. Admiro-as. Mas penso quantas não tem a mesma coragem. Que vivem a mercê desses trogloditas sem poder recorrer a justiça.