Julia se encarava no espelho, avaliava atentamente as mudanças que ocorreram com o seu rosto nos últimos meses. Deixará de ser um patinho feio e se tornará um belo cisne. Agora sim ela estava preparada para retornar a escola e encarar as pessoas que a fizera, odiar ser quem ela era.
Ao chegar à frente da escola respirou fundo, enxugou as lagrimas teimosas que corriam soltas pelo seu rosto, ergueu a cabeça e seguiu em frente. Logo quando entrou na escola viu o grupinho que tinha feito da sua vida um inferno, se aproximou. Apresentou-se como Maria, o seu segundo nome, não foi reconhecida e foi bem recebida.
Não demorou muito para se tornar intima de todas aquelas pessoas, frequentava a casa, conhecia a rotina, sabia do que gostavam e do que os incomodavam. Tudo ia bem, tal como ela imaginava eu seria, isso a fazia profundamente feliz.
Aquele era um dia especial, nada poderia dar errado. Colocou tudo o que seria necessário na mochila, e foi para a escola. Era uma véspera de feriado como outro qualquer, mas os planos de Julia Maria fariam daquele dia grandioso e ninguém ainda fazia ideia disso. Foram para a casa de um deles, via-se de longe o quão radiante estava o sorriso de Julia Maria. Não demorou muito e todos já estavam bêbados. Maria foi até a sua mochila, pegou o revólver do seu pai juntamente com a munição. Retornou a sala, onde todos estavam, começou a atirar. Não sobrou uma munição, muito menos alguma vida. Foi embora sorrindo, enfim ela havia conseguido por um fim na sua dor.