terça-feira, 3 de abril de 2012

Bullying



Julia se encarava no espelho, avaliava atentamente as mudanças que ocorreram com o seu rosto nos últimos meses. Deixará de ser um patinho feio e se tornará um belo cisne. Agora sim ela estava preparada para retornar a escola e encarar as pessoas que a fizera, odiar ser quem ela era.
Ao chegar à frente da escola respirou fundo, enxugou as lagrimas teimosas que corriam soltas  pelo seu rosto, ergueu a cabeça e seguiu em frente. Logo quando entrou na escola viu o grupinho que tinha feito da sua vida um inferno, se aproximou. Apresentou-se como Maria, o seu segundo nome, não foi reconhecida e foi bem recebida.
Não demorou muito para se tornar intima de todas aquelas pessoas, frequentava a casa, conhecia a rotina, sabia do que gostavam e do que os incomodavam. Tudo ia bem, tal como ela imaginava eu seria, isso a fazia profundamente feliz.
Aquele era um dia especial, nada poderia dar errado. Colocou tudo o que seria necessário na mochila, e foi para a escola. Era uma véspera de feriado como outro qualquer, mas os planos de Julia Maria fariam daquele dia grandioso e ninguém ainda fazia ideia disso. Foram para a casa de um deles, via-se de longe o quão radiante estava o sorriso de Julia Maria.  Não demorou muito e todos já estavam bêbados. Maria foi até a sua mochila, pegou o revólver do seu pai juntamente com a munição. Retornou a sala, onde todos estavam, começou a atirar. Não sobrou uma munição, muito menos alguma vida.  Foi embora sorrindo, enfim ela havia conseguido por um fim na sua dor.

Poesia de menina


Escrevia sobre amor
Com uma pitada de dor,
Uma colher de romantismo
E duas medidas de inocência

Não podia falar de prazer
Mamãe não me ensinou assim
Lembro que ela dizia: Escreva doce e pura
Como uma poesia de menina

Só que mamãe não sabe que eu cresci,
E com o tempo aprendi sobre a volúpia
Esqueci como se faz a poesia de menina

Desculpa mamãe, mas não inicio os meus poemas com:
Um amor doce amor... Mas sim com:
Corpos nus. Ele tão másculo me bebe, me tem.