Mulheres canalhas e homens românticos

“O mundo está mudando”, nunca disseram algo tão certo e o melhor exemplo disso são a posição dos gêneros nos relacionamentos. Homens sempre foram considerados os canalhas, os destruidores de corações e nada românticos; já as mulheres eram as românticas e sonhadoras que queriam relacionamentos para toda a vida, mas, conforme minhas experiências em relacionamentos mais recentes, esse cenário mudou.

Os últimos caras com quem saí estavam com o surto do “felizes para sempre”, para quem não sabe que esse é o surto que dava nas garotas de sonhar que aquele cara que sorriu para você no ponto de ônibus é o seu príncipe encantado e depois do primeiro beijo vocês passarão o resto da vida juntos. Eu acreditava que só as mulheres sofressem desse mal, mas esses caras com quem eu saí estavam completamente surtados.

Vou citar Derik, que poderia ser meu McDreamy, mas foi um pesadelo. Tivemos uma tarde na casa dele e demos o primeiro beijo, no final do nosso primeiro encontro demos o segundo e quando cheguei na festa de aniversário dele nós demos o nosso terceiro beijo. Na festa ele me apresentou a todos como sua namorada e durante uma conversa ele disse “A nossa festa de noivado será na fazenda da minha avó. ” Quando falamos em noivado? Desde quando estávamos namorando? Ele estava completamente surtado e, no fim da festa, terminei com qualquer coisa que ele acreditasse que nós tínhamos.

McDreamy não foi o único surtado que me apareceu nos últimos tempos. Pior do que ele foi Kizua, um angolano de tirar o folego. Ele sentou ao meu lado no Restaurante Universitário e puxou assunto; trocamos os números do celular e no dia seguinte e ele mandou uma mensagem falando em casamento. Eu li a mensagem e fiquei atônita. Ignorar não adiantou, por isso saí com um amigo dele e, mesmo sendo a canalha que partiu o seu coração, ele ainda me manda mensagens apaixonadas.

Não sei explicar o motivo da mudança de comportamento masculino, possa ser que essas perolas só aconteçam comigo, mas a mudança de comportamento feminino pode ser explicada com uma única palavra: Decepção.

Minhas amigas apelidaram minha decepção de Lord Voldermort (por que ele não deve ser nomeado) e ele me causou uma ferida tão profunda que me fez desistir do amor e do romance, mesmo quando um angolano super gato me propõe em casamento. De corte em corte, machucado em machucado, deixamos de acreditar na magia e nas borboletas no estomago. Com o tempo, tudo o que sobra é desejo. Percebe a maldade da coisa? Me tornei um deles e agora faço com eles o mesmo que fizeram comigo.

Esse não é um momento de me lamentar, na verdade nenhuma mulher deve se lastimar por ter sido transformada numa canalha. Até porque, depois que você consegue juntar os cacos do seu coração partido, tudo fica muito divertido. 

Motivos pelos quais não te amo mais.

Lembro-me de quando te conheci, foi amor a primeira vista. Éramos um casal perfeito, com ideais, mesmos gostos literários, você tinha um grande coração e me ensinou a não odiar as pessoas que não gostam de Harry Potter  e a respeitar aquelas que leem crepúsculos. Com você eu aprendi a ter paciência com as senhoras da nossa turma do francês, que só por que já eram formadas em pedagogia se achavam mais inteligentes que todos, tinha que ter paciência para me manter calma e não te deixar brigar com elas e ,o melhor de tudo, só você para me fazer abandonar uma dieta maluca em plena segunda feira. Com você eu me tornei uma pessoa melhor.

Como não me apaixonar por um cara que era a pessoa mais linda por dentro? Mas você perdeu 30kg e não mudou só por fora, mudou por dentro e com isso o amor que eu sentia por você foi minando aos pouco, até que chegou ao ponto de acabar. Agora vou te contar os motivos pelo qual não te amo mais.

1-Você, agora, só pensa em corpos magros e sarados.  Quando nós nos conhecemos você não se importava com essas coisas e eu sempre me acabei na academia, pois queria ser a melhor namorada pra você, mesmo você sendo gordo, ou ex-gordo.  Hoje em dia eu tenho medo de colocar um biquine na sua frente, por que você ama dizer que as minhas pernas são finas demais e que estou muito magra.

2-Você deixou de me abraçar e, pior, seu abraço já não encaixa mais no meu. Eu me sentia confortável nos seus abraços; seus braços eram perfeito pra mim, mas hoje você não me abraça mais e, quando faz, é algo tão frio, tão sem calor humano que eu sinto vontade de fugir.

3-Você começou a me deixar no vácuo. Não tem nada que me deixe mais nervosa do que quando você para de me responder sem motivo nenhum, e depois vem reclamar comigo por que eu não tenho mais puxado assunto. Definitivamente decidi que nunca mais falo com você no whatsapp até você me responder qual é a data da rematrícula.

4-Agora você só sabe falar sobre academia. Se eu quisesse namorar um rato de academia eu continuava com o Zé; pelo menos o Zé não comia só batata doce quando saia comigo (essa sua mania de levar marmita de batata doce quando saímos pra jantar me deixa louca).

5-Você passou a me criticar por passar os domingos fazendo trabalho voluntario.  Quando você era gordo, você me acompanhava e amava o fato da sua garota ter um grande coração.

6-Você só sabe reclamar do meu não tão novo Ford KA, o que é engraçado, já que você só anda de Mercedes Bens de 36 lugares (o famoso busão). Não gosto de te comparar com o Zé, mas ele tem um Camaro e nunca reclamou que o meu carro não tem ar condicionado, muito pelo contrario, ele dizia que eu ficava linda com o cabelo ao vento.

7-Você não me consolou quando vimos aquele cachorro ser atropelado na rua. Eu estava chorando, precisando de um abraço, você me puxou pelo braço e disse pra eu deixar de ser fresca.

8- Você se tornou grosso e eu definitivamente não gosto da maneira que você fala com as pessoas que julga ser inferiores a você, eu acho que todos são iguais.

9-Você se tornou um babaca.

10-Finalmente percebi que você sempre foi um completo idiota, mas se fingia de bonzinho para que as pessoas gostassem de você, já que, supostamente, você era feio.

Bem, eu não te amo mais. Essa pessoa na qual você se transformou me dá nojo, e por isso que “nós” acabamos aqui.

Sobre o TJBA, motivação e liberdade.

Pra tudo na vida é preciso de motivação, sabe, aquela força interior que te faz correr atras de algo? Bem, até hoje só tive motivação para comer e parar de comer,só que definitivamente não vim aqui para falar dos meus distúrbios alimentarem, mas sim para falar do que começou a preencher os meus dias: O desejo de ser livre. 

Isso pode parecer muito relativo, e realmente é. Ser livre tem significado diferente para cada um, mas para mim a liberdade tem um sabor nunca provado. Eu sempre fui criada dentro de uma bolha de vidro "não pode chegar em casa depois das 21:30h", "Não pode beber", "não pode dirigir fora do condomínio" (essa foi o cumulo do ridículo, tirei a carteira de motorista e não posso nem ir ao mercado com o carro), "Não pode ir a shows"... Acho que já consegui ilustrar à vocês minha vida patética. Definitivamente eu cansei de viver desta forma, com regras impostas para tudo o que venho  a fazer; pensei muito e conclui que a unica maneira que tenho de fugir desta situação é ingressar na carreira publica. 

Admito que ser funcionaria publica nunca fez parte dos meus planos, entretanto a ideia de ter estabilidade financeira foi decisiva para que eu me dedicasse a estudar para a prova do TJBA. Todos os dias sonho coma minha aprovação, pode parecer bobo, mas nos meus devaneios eu tenho o seguinte dialogo com a minha mãe:

''-Mão, vou chegar as 22h

-Não, você sabe que seu horário é as 21:30h

-Então me ponha para fora de casa, Mãe. Sou funcionaria publica, se me por para fora eu vou e não vou voltar. Vou chegar as 22h, te amo.''

Pode parecer bobo, mas pra mim é uma carta de alforria.

Estava conversando com meu amigo sobre isso, ele disse que pelo o que ele me conhecia, mesmo me libertando continuaria a viver como uma prisioneira, simplesmente ri e disse que ele estava certo. Logo em seguida ele me perguntou por que me dedicar tanto para a prova se era pra continuar levando a vida que levo.  A resposta que dei a ele faço questão de compartilhar com o mundo. Não fazer por não querer é diferente de não fazer por não poder, na primeira opção eu tenho a escolha e é por esse direito de escolher que eu tanto venho lutado.  Uma coisa é casar virgem por que sou obrigada por meus pais, outra coisa é me unir em matrimonio tão donzela  quanto eu nasci devido a minha escolha;  chegar em casa cedo por estar afim de assim o fazer é diferente de ter a obrigação de chegar antes horário do toque de recolher. Tenho a plena ciência de que, muito provavelmente, irei continuar a viver a minha vidinha sem sal, sem graça e sem tempero, mas viverei assim por escolha e não por ter sido-me imposto. 

Agora vou retornar aos meus estudos, pois estou sendo motivada pelo maior impulso que um ser humano pode ter, o desejo de liberdade. 

Prefiro namoro à pegação

Tem algum tempo que eu estou solteira, prestem atenção, disse solteira e não sozinha. Estou na época dos encontros as escuras; uma vez por semana eu tenho um encontro com um algum primo ou irmão das minhas amigas, ainda não achei meu príncipe encantado, mas, pelo menos, eu tenho algumas historias divertidas para contar.

Minha mãe disse que o problema de não arrumar um namorado é que sou muito exigente, mas, sendo franca, só espero que o cara tenha todos os dentes e saiba escrever, entretanto, encontrar um cara que domine as normas gramaticais da língua portuguesa está mais difícil que ganhar na loteria. Devido a dificuldade de encontrar um garoto que tenha prestado atenção nas aulas de português  eu decidi me divertir, sim um pouco de diversão não faz mau a ninguém, principalmente quando se está sozinha.  

Nunca fui o tipo de garota que busca carinhos nos braços de algum faleno e agora que , por acaso do destino, os falenos estão se aproveitando da minha carência, posso afirmar categoricamente que  esses afagos não são tão bons quando os braços de meu Heleno. Não vou começar um discurso moralista, na verdade vou ser bem imoral.  Quando fico com um cara por ficar, é como ter uma torta de limão nas mãos e só poder dar uma mordida, fico com mais vontade ainda; agora, ficar com um namorado é bem diferente, é poder comer a torta inteira e de quebra ganhar uma barra gigante de chocolate.

Lembra dos amassos que você deu no colega de faculdade? Agora recorde da porta as sala abrindo por segundo, dá par fazer alguma coisa? Não. Já com o namorado, você já tem intimidade, local, privacidade e tempo para parar unicamente quando estiverem saciados.

Meu ultimo namorado, Kraz, tinha um fogo. Eu sempre gostei de banheiros, e quando nós nos trancávamos lá dentro nem uma ducha gelada diminuía o calor dos nossos corpos. Com um ficante qualquer não dá pra você ficar  da mesma maneira,  ser tão sem pudores, e só parar quando matar a vontade.

Quando lembro de Kraz, chegando por trás, me jogando na mesa, sobe um fogo; fogo que não pode ser apagado por um peguete.  

Vou procurar um novo ‘’amor’’ (com todas as aspas do mundo), mas enquanto isso me contentarei um acalento, um afago de um faleno qualquer; pois é exatamente como a minha Mãe diz: ‘’É melhor tirar só uma prova da torta de Limão, do que só ficar na vontade esperando o dia que você vai poder comer ela inteira.’’

O mundo está perdido.

O apocalipse está próximo, serio! Hoje venho falar com vocês como Daniele, não a personagem depravada e extrovertida que assina minhas crônicas, mas sim a a garota de 19 anos, tímida, nerd, que só beijou 9 garotos em toda vida (4 deles foram apenas selinho) e virgem. O mundo está perdido, as pessoas perderam os valores, e definitivamente, esse não é o mundo que quero criar os meus filhos. 

Quando comecei a escrever, eu acreditava que as pessoas queriam ler sobre amor, mas com pouco tempo percebi que os romances não interessavam a ninguém, percebi que vocês queriam ler sobre traição, sexos, drogas, e violência. Os temas que mais chamam a atenção dos leitores de cronicas são aqueles que relatam a realidade (O que é esperado de cronicas, um olhar peculiar da realidade; estou repetindo palavras, sei, peço perdão por isso), mas que porra de realidade é essa que estamos vivendo? Cadê a fidelidade, a castidade e o não uso de drogas?

Hoje quero falar sobre o que tenho me calado durante alguns anos:

Castidade: Na atualidade uma garota que diz querer casar virgem não arruma namorado, fora o bullying constante, eu digo isso com autoridade, pois passo na pele. Essa é uma escolha minha, desejo respeito, gostaria que parasse de falar que vou dar para a cidade Baixa inteira depois da minha primeira vez, fui educada para ser mulher de um homem só, igual a minha mãe e minha avó; e, por favor, parem de falar que estou criando teia de aranha!

Bebida: Vivo num tempo que Álcool é sinônimo de diversão (não vou ser hipócrita de dizer que nunca bebi, pois seria mentira),só que definitivamente não preciso ficar a beira de um coma alcoólico para me divertir.

Drogas: Parece que está na moda fumar maconha, usar o pó, pedra ou bala; Não quero nem comentar sobre isso, pessoas que fazem essas coisas para se enturmar precisam de um acompanhamento psicológico. 

Respeito ao próximo: Produção, para tudo! Ninguém mais se respeita, já se foi o tempo que os filhos chamavam os pais de Senhor e Senhora, qualquer coisa é motivo para mandar o outro tomar em determinados lugares, nem ''Bom dia'' as pessoas se dão mais. 

Fidelidade: Essa é uma das coisas que eu acho importante num relacionamento, mas se você é fiel vira motivo de piada pela sociedade. Até hoje minhas amigas riem da minha cara pelos chifres que colocaram na monha testa e eu fiz questão de nunca retribuir. Enquanto isso a traição está sendo super valorizada, quem vai entender isso?

Violência: Acho engraçado esses homens que se sentem mais másculos quando arrumam briga ou batem nas suas parceiras (Sim, Caio, esta é uma indireta pra você). Mas não é só a violência nos relacionamentos sobre que eu quero falar, mas sim a gratuita e cotidiana. Onde já se viu dar um tiro em alguém só por causa de uma multa?

Eu poderia passar a noite inteira falando sobre coisas que me incomodam, entretanto, se fizesse isso, vocês iriam achar a Daniele por trás da personagem chata e não dariam credito aos meus raros romances água com açúcar. Só peço que, por gentileza, revejam os seus valores, pois se continuarmos do jeito que está não temermos um mundo legal para criar os nosso filhos.